domingo, 31 de agosto de 2025

E se fosse possível?

 


Um povo querido, jamais será vencido

 

E se fosse possível:

a cobrança de um imposto sobre mágoas e ressentimentos,

a condenação e a prisão de quem se atrevesse contra a moral alheia,

a decretação de falência total do ódio,

a fixação de um tipo de tornozeleira no coração para quem não perdoa,

a instalação de uma CPI (Caráter, Paciência e Imparcialidade) para investigar e reprimir todas as nossas mazelas,

a normatização da felicidade,

a regulamentação da paixão,

a revogação definitiva do orgulho,

uma anistia ampla, geral e irrestrita dos nossos pecados,

uma autorização de  busca e apreensão dos maus pensamentos,

uma censura rigorosa à inveja e ao mau humor,

uma decisão judicial cancelando todas as nossas angústias e rancores,

uma determinação obrigando as mídias a só publicarem verdades,

uma greve geral exigindo o fim das intolerâncias,

uma lei que obrigasse todos a se respeitarem mutuamente,

uma norma que coibisse definitivamente a desonestidade,

uma organização popular visando o fim da ingratidão,

uma petição de impeachment pelo fim do egoísmo,

uma portaria proibindo por completo a falsidade,

uma sentença judicial extinguindo a arrogância,

uma tarifa (um tarifaço, rs) sobre a vaidade,

uma taxação sobre medo,

uma tributação direta sobre a saudade.

Seria então, com certeza, um “fora tristeza e alegria já”.


Nenhum comentário:

Postar um comentário