Era ele que...
afirmava ser um exemplo de
pessoa exemplar,
chorava quando via alguém
chorando,
corria tresloucadamente pelos
corredores da escola,
desconfiava dos que dele
desconfiavam,
dizia jamais ter desdito
alguma coisa,
falava com precisão daquilo
que precisava,
ficava intrigado ao saber de
intrigas entre vizinhos,
fingia que não sabia fingir,
gastava o tempo gastando
dinheiro com patifarias,
havia prometido nunca mais
fazer promessas,
imaginava não ter nenhuma
imaginação,
julgava ser o melhor julgador,
lutava contra as lutas de
classe,
contava como certa a contagem
correta dos votos,
provavelmente não tinha provas
de nada,
referia a si mesmo dizendo não
ser digno de ter uma vida digna,
rezava por aqueles que não
rezavam,
se mostrava pouco justo ao defender
o sistema de judiciário,
sorria só para ver os outros
sorrirem,
tinha jurado jamais fazer qualquer
jura,
um dos tais que se achava “o
tal”.
já não sabia que “já era”,
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