sexta-feira, 1 de abril de 2016

Impeachment




Eu sou a favor do impeachment.
Uma mulher que:
- grampeou os meus sonhos,
- assaltou a minha intimidade,
- prometeu-me carinhos e não entregou-me,
- locupletou-se dos meus abraços e beijos,
- fraudou a minha confiança,
- desviou os meus projetos de felicidade,
- foi cúmplice das minhas lembranças,
- roubou a minha inspiração,
- descumpriu a Lei de Responsabilidade afetiva,
- fez da “minha Causa, minha Vida” uma ilusão,
- demitiu as minhas ideias,
- subornou os meus sonhos,
- revogou a minha poesia,
- disse que era golpe todo o carinho que eu a dedicava,
- extraviou as minhas esperanças,
- desestabilizou os meus desejos,
- corrompeu os meus sentimentos,
- arquivou o meu sorriso,
- deu pedaladas no meu coração,
- exonerou o meu amor,
- decretou o fim da minha alegria,
Não pode governar a minha vida.
Impeachment já!

terça-feira, 8 de março de 2016

Caiu por terra



Caiu por terra


- a fruta madura,
- o homem bêbado,
- a criança que tropeçou,
- o pedaço de biscoito quebra-quebra,
- a bola alçada,
- as folhas no outono,
- a chuva abençoada,
- o viaduto mal construído,
- a máscara do hipócrita,
- o equilibrista, quando a corda arrebentou,
- a honradez do mentiroso,
- as calças mal amarradas,
- a farsa do político desonesto,
- o pássaro abatido,
- a maldade do injusto,
- o orgulho do vaidoso,
- a defesa do imbecil,
- as previsões dos astrólogos,
- a razão do egoísta,
- o desrespeito do aventureiro,
- a ilusão do presunçoso,
- o mito do ortodoxo,
- o cartão de visita,
- a petulância do ambicioso,
- as ideias do estupido,
- a imaginação do crente,
- o ritual do feiticeiro,
- o dente do entrevistado e,
- a minha esperança de ganhar um beijo dela.

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Falando de cadeira




Falando de cadeira



Ontem, ouvindo a linda canção “Cadeira vazia” de Lupicínio Rodrigues, me veio à mente o desejo de falar sobre cadeiras - seus tipos, propriedades, usos etc.

Cadeiras são móveis fabricados com madeiras, ferros, plásticos ou com um outro tipo de material ou com a combinação deles.

As cadeiras são compostas, geralmente, de pés, assento e espaldar ou encosto. Algumas com apoio para os braços. Hoje há designers que se dedicam a projetarem vários tipos e estilos de cadeiras que levam em conta a beleza, a praticidade e, sobretudo, o conforto de quem nelas irão sentar-se. São denominadas de “cadeiras anatômicas”.

Cadeiras são tão importantes em nossas vidas que, muitas vezes, podem ser encontradas em quase todos os cômodos de uma casa.

Quanto ao tipo, as cadeiras podem ser:

- “de bebê” - são mais altas para que as mães tenham facilidades de alimentarem seus filhos junto à mesa;

- “de criança” – são aquelas presas nos bancos traseiros dos carros para que a criança faça uma viagem segura;

- “cadeiras simples” – são aquelas que usamos para sentarmos à mesa quando vamos fazer refeições, para realizarmos algum trabalho ou até para um jogo de cartas.
Para certos tipos de trabalho a melhor opção costuma ser  “cadeira giratória”

- Visando maior conforto, as cadeiras foram ficando cada vez maiores e passaram a ser chamadas de poltronas como são as “cadeiras do papai”;

- Existe também a “cadeira do vovô” que é a mesma “cadeira de balanço”.

- Para dirigentes de filmes foi inventada a “cadeira de diretor” que é dobrável e de fácil transporte; Aliás, numa empresa ou num órgão público as cadeiras de chefe costumam ser diferente das demais. Com assentos e encostos almofadados geralmente elas são melhores que as demais;

- Não há nada melhor que se esticar numa “cadeira espreguiçadeira” às margens da piscina, tomando uma cerveja gelada!

- Um destaque para a “cadeira de rodas”, cujo os ocupantes ganharam o nome de “cadeirante” e que têm merecido uma atenção toda especial das autoridades no mundo todo para o seu deslocamento.

- Infeliz a pessoa que criou a “cadeira elétrica”. Com certeza, muita gente deve ter desejado a ele a morte dele no próprio invento;

Algumas cadeiras são bastante cobiçadas como uma cadeira na câmara legislativa ou uma cadeira na academia de letras.

Disciplinas ministradas nas faculdades ganham o nome cadeiras, como as cadeiras de física, de química, de filosofia, etc.

Puxar uma cadeira para uma senhora sentar-se é um ato de educação, já deixar uma donzela num baile sem convidá-la para dançar é dar a ela um “chá de cadeira”.

Num bar, quando se inicia uma briga, um dos primeiros objeto que se usa para defender e ou atacar é uma cadeira. E uma pessoa que leva algumas cadeiradas nas costas, dependendo da violência, pode ficar “descadeirada”. Cadeiras, aqui, é sinônimo de quadris.

E agora, um pouco de humor negro. Dizem que o maior inimigo de uma pessoa gorda não é mais a balança e sim a cadeira de plástico, pois ela quebra com muita facilidade, deixando a infeliz no chão.

São muitos os tipos de cadeiras e alguns até mesmo especiais, como a “cadeira reservada”, a “cadeira numerada” e a “cadeira cativa”. Esta última é sua aqui no meu coração. Sente-se e fique à vontade.

P.S.: Agora, se alguma pessoa pedir que eu fale mais alguma coisa sobre cadeira, eu simplesmente direi: - “pode esperar sentada. 

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Dengoso



Dengoso




Estou fugindo da dengue, da chikungunya e da zika.

O Aedes aegypti é mesmo um mosquitinho infernal.

Quando a gente menos espera, ele vem e nos pica,

provocando febre, diarreia e uma dor sobrenatural.


Se a febre for hemorrágica, então a coisa complica;

A vítima precisa procurar um médico, ir ao hospital,

tomar remédios, ficar de repouso e uma outra dica:    

não tomar pinga, cerveja e nem brincar o carnaval.


Eu já fui picado mas, por um outro tipo de mosquito

e esta picada vem me causando muita dor no peito;

dor esta que como costumam dizer: "não tá escrito"


Acho que o nome desse mosquito é Aé de Paixão

Todavia, não descobriram a vacina que o dê jeito.

Vou ter de sofrer muito, ainda, com esta desilusão.


terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Há pessoas que:





Há pessoas que:

- a arrogância      não as aborrecem,

- a blasfêmia       não as atingem,

- a calúnia           não as alcançam,

- a injúria             não as arrasam,

- a imbecilidade  não as atravancam,

- a petulância      não as afrouxam,

- a intriga            não as amesquinham,

- a descrença     não as atrapalham,

- a difamação     não as aniquilam,

- a provocação   não as atemorizam,

- a indireta          não as acertam,

- a doença          não as agoniam,

- a falsidade       não as abatem,

- a fofoca            não as aplicam,

- a humilhação   não as afetam,

- a ingratidão     não as acabrunham,

- a injustiça        não as anulam,

- a insinuação    não as abrangem,

- a insulta           não as afligem,

- a intolerância   não as atormentam,

- a inveja            não as angustiam,

- a irreverência   não as avexam,

- a maldade        não as apequenam,

- a morte            não as assustam,

- a ofensa          não as abalam,

- a estupidez      não as afrontam,

- a ignorância    não as abarcam,

- a lisonja          não as atiçam,


e assim sendo, ou talvez por isto mesmo, vivem mais felizes.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Seria motivo de glória

Seria motivo de glória



se a fé fosse decisória?

se a dor fosse provisória?

se a sorte fosse meritória?

se a fome fosse só estória?

se a solidão fosse aleatória?

se a vaidade fosse vexatória?

se a moral fosse persuasória?

se a justiça fosse conciliatória?

se a saudade fosse transitória?

se a poesia fosse uma oratória?

se a tristeza pedisse moratória?

se o orgulho fosse uma escória?

se a razão mudasse a trajetória?

se a verdade fosse peremptória?

se a inveja não fosse predatória?

se a amizade fosse compulsória?

se a sinceridade fosse obrigatória?

se o saber não saísse da memória?

se a salada não contivesse chicória?

se o egoísmo fosse coisa da história?

se o presente viesse com dedicatória?

se a lembrança não fosse difamatória?

se a esperança fosse uma promissória?

se o engano desse a mão à palmatória?

se entre o Ser e o Estar existisse uma divisória?

se no jogo da vida o amor sempre obtivesse vitória?


segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Modo de olhar



Modo de olhar


Sorte não é sinônimo de felicidade,
assim como azar não o é de castigo.
Se a lembrança provoca a saudade,
a tristeza procura logo um peito por abrigo.

Doença física também não é fatalidade
e a do espírito sequer existe. Sem perigo.
Espírito nunca morre - vive a eternidade;
já nosso corpo físico tem seu fim num jazigo.

Tudo isto porque, uma amiga mui querida
viu surgir em seu corpo alguns sinais de vitiligo,
razão essa, que a deixou bastante aborrecida.

Ora amiga, se sua pele apresenta mancha esbranquiçada,
preste, então, atenção nisto que lhe digo:
- a sua alma é pura, iluminada e imaculada.