terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Há pessoas que:





Há pessoas que:

- a arrogância      não as aborrecem,

- a blasfêmia       não as atingem,

- a calúnia           não as alcançam,

- a injúria             não as arrasam,

- a imbecilidade  não as atravancam,

- a petulância      não as afrouxam,

- a intriga            não as amesquinham,

- a descrença     não as atrapalham,

- a difamação     não as aniquilam,

- a provocação   não as atemorizam,

- a indireta          não as acertam,

- a doença          não as agoniam,

- a falsidade       não as abatem,

- a fofoca            não as aplicam,

- a humilhação   não as afetam,

- a ingratidão     não as acabrunham,

- a injustiça        não as anulam,

- a insinuação    não as abrangem,

- a insulta           não as afligem,

- a intolerância   não as atormentam,

- a inveja            não as angustiam,

- a irreverência   não as avexam,

- a maldade        não as apequenam,

- a morte            não as assustam,

- a ofensa          não as abalam,

- a estupidez      não as afrontam,

- a ignorância    não as abarcam,

- a lisonja          não as atiçam,


e assim sendo, ou talvez por isto mesmo, vivem mais felizes.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Seria motivo de glória

Seria motivo de glória



se a fé fosse decisória?

se a dor fosse provisória?

se a sorte fosse meritória?

se a fome fosse só estória?

se a solidão fosse aleatória?

se a vaidade fosse vexatória?

se a moral fosse persuasória?

se a justiça fosse conciliatória?

se a saudade fosse transitória?

se a poesia fosse uma oratória?

se a tristeza pedisse moratória?

se o orgulho fosse uma escória?

se a razão mudasse a trajetória?

se a verdade fosse peremptória?

se a inveja não fosse predatória?

se a amizade fosse compulsória?

se a sinceridade fosse obrigatória?

se o saber não saísse da memória?

se a salada não contivesse chicória?

se o egoísmo fosse coisa da história?

se o presente viesse com dedicatória?

se a lembrança não fosse difamatória?

se a esperança fosse uma promissória?

se o engano desse a mão à palmatória?

se entre o Ser e o Estar existisse uma divisória?

se no jogo da vida o amor sempre obtivesse vitória?


segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Modo de olhar



Modo de olhar


Sorte não é sinônimo de felicidade,
assim como azar não o é de castigo.
Se a lembrança provoca a saudade,
a tristeza procura logo um peito por abrigo.

Doença física também não é fatalidade
e a do espírito sequer existe. Sem perigo.
Espírito nunca morre - vive a eternidade;
já nosso corpo físico tem seu fim num jazigo.

Tudo isto porque, uma amiga mui querida
viu surgir em seu corpo alguns sinais de vitiligo,
razão essa, que a deixou bastante aborrecida.

Ora amiga, se sua pele apresenta mancha esbranquiçada,
preste, então, atenção nisto que lhe digo:
- a sua alma é pura, iluminada e imaculada.


terça-feira, 18 de agosto de 2015

A que ponto chegamos




Quarta-feira passada eu registrei meu ponto às 17h00min em ponto e rumei para o ponto do ônibus. Queria aproveitar ao máximo o final de semana uma vez que era feriado na quinta e na sexta o governador havia dado ponto facultativo. Só que eu precisava comprar um rádio na loja do Ponto Frio para escutar os jogos do América que lidera a série B do campeonato brasileiro de 2015 com 40 pontos. O campeonato é por pontos corridos, mas eu nunca ouvi ninguém falar de campeonato por pontos parados. Desci na Rua Curitiba, perto de um ponto de taxi e fui primeiro a uma casa lotérica. Sonhei que iria fazer treze pontos na loteria esportiva, só que ainda não foi desta vez. Enquanto aguardava na fila da lotérica ouvi duas senhoras conversando sobre os tipos de ponto de tricô e de bordado. Eram muitos, mas eu só consegui memorizar os seguintes: ponto simples, ponto cheio, ponto de cruz, ponto de meia, ponto de haste, ponto de cadeia, ponto de bainha, ponto aberto, ponto de canutilho e até um tal de ponto de festonê. Fiquei curioso, naquele momento, para saber que tipo de ponto era aquele e quais são que os médicos usam para suturarem um corte no nosso corpo. Mas isso não era e nunca foi um ponto fundamental para mim, Fazer os treze pontos sim - é ponto pacífico. Saindo da loteria, comecei a pensar na importância do ponto. Ele se aplica no português, na matemática, na informática e até nas ciências. No português um ponto pode dizer muita coisa e pode também não dizer nada. Explico: um ponto de interrogação no final da frase indica que esta é uma pergunta; um ponto de exclamação tem outra finalidade e os três pontos no final (reticências) não dizem nada, ou melhor: - deixam entrever que há mais coisas depois da frase. Vide a aplicação das reticências no google. Um ponto e vírgula diz que se deve fazer uma pausa na leitura e o sinal de dois pontos anuncia ou uma citação, ou uma enumeração, ou um esclarecimento, ou uma síntese do que se acabou de dizer. Meu amigo, em tom de brincadeira, recomenda quando se for usar os dois pontos, colocar o ponto debaixo primeiro para que o de cima nunca caia. O ponto final não carece de explicação. Já ia esquecendo-me da importância do ponto na hora de se abreviar. Na matemática os dois pontos significam uma divisão e um ponto uma multiplicação. O ponto é usado, também, para separar em múltiplos de mil um número grande. Na informática, sem um ponto no endereço você não acessa o site desejado (.com). Temos ainda o ponto de cena que é aquela pessoa que fica escondida soprando palavras para os atores nos teatros quando eles as esquecem. E por falar em esquecer, antes que eu esqueça ou me perca num dos quatro pontos cardeais (norte, sul, leste, oeste) deixa-me falar do ponto morto que é o ponto neutro da engrenagem de um veículo. Pelo que você pode notar fazer trocadilhos é o meu ponto fraco e, pelo jeito, desta vez eu acho que não dormi no ponto. Aliás, eu não dou ponto sem nó e, também, não sou de entregar os pontos facilmente. Como diz o ditado quem conta um conto aumenta um ponto. Acho que aumentei demais. O pior foi um colega me dizendo para por o ponto nos is, (pensei que fosse colocar o pingo nos is). No meu ponto de vista acho que ele queria dizer que eu deveria encontrar um ponto de equilíbrio nestes assuntos, ou seja: um ponto de convergência para que a coisa comece a fazer sentido. Finalizando, devo-lhe dizer que o ponto alto deste artigo, ou melhor, seu ponto de honra é saber que ele vai servir-me como ponto de partida para outros pontos que eu pretendo nunca mais escrever. Ponto para você que conseguiu ler tuddo isto aqui até agora.

Dedicado ao meu sobrinho e amigo Otáviotti que eu aponto estar ele em ponto de bala para ser o maior desenhista do Brasil.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Tentação



   


Procure dar mais:

Ação             à sua intenção,

Aceitação        à sua missão,

Disposição       à sua concentração,

Animação         à sua diversão,

Asserção         à sua argumentação,

Convicção        à sua conclusão,

Atenção          à sua intuição,

Obstinação       à sua vocação,

Dedicação        à sua profissão,

Demonstração     à sua indignação,

Devoção          à sua oração,

Evasão           à sua irritação,

Visão            à sua formação,

Satisfação       à sua distração,

Vazão            à sua emoção,

Compreensão      à sua religião,

Imaginação       à sua redação,

Discrição        à sua reputação,

Afeição          à sua paixão,

Valorização      à sua ilação,

Discrição        à sua distinção,

Ponderação       à sua versão,

Proteção         à sua compleição,

Entonação        à sua canção.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Alegorias sobre trivialidades




Alegorias sobre trivialidades

Ou trivialidades tipo assim

 

 

A alteridade         é um tipo de religiosidade,

A amizade            é um tipo de dignidade,

A ansiedade          é um tipo de incredulidade,

A austeridade        é um tipo de autoridade,

A autenticidade      é um tipo de subjetividade,

A banalidade         é um tipo de futilidade,

A brutalidade        é um tipo de maldade,

A comodidade         é um tipo de ociosidade,

A cordialidade       é um tipo de civilidade,

A crueldade          é um tipo de barbaridade,

A curiosidade        é um tipo de possibilidade,

A boçalidade         é um tipo de falsidade,

A felicidade         é um tipo de eternidade,

A fraternidade       é um tipo de igualdade,

A generosidade       é um tipo de equidade,

A habilidade         é um tipo de maturidade,

A imbecilidade       é um tipo de enfermidade,

A imparcialidade     é um tipo de honestidade,

A lealdade           é um tipo de integridade

A leviandade         é um tipo de ingenuidade,

A maternidade        é um tipo de divindade,

A mediocridade       é um tipo de vulgaridade,

A obesidade          é um tipo de deformidade,

A originalidade      é um tipo de criatividade,

A personalidade      é um tipo de individualidade,

A piedade            é um tipo de bondade,

A responsabilidade   é um tipo de moralidade,

A saudade            é um tipo de soledade,

A sensibilidade      é um tipo de intimidade,

A sensualidade       é um tipo de sexualidade,

A simplicidade       é um tipo de liberdade   

A sinceridade        é um tipo de cordialidade,

A solidariedade      é um tipo de caridade.

terça-feira, 30 de junho de 2015

É a cabeça, irmão



É a cabeça, irmão



Ontem eu conversei com meu amigo Júlio que tinha o apelido de cabeção porque fazia muitos gols de cabeça quando era cabeça-de-área do time do Mamoré Futebol Clube.
Júlio gostava de brincar com os amigos perguntando: - “Você faz conta de cabeça”?
Eu sei qual era o objetivo daquela pergunta, mas deixemos isso pra lá.
Hoje, ele é um homem rico; tem mais de 1000 cabeças de gado, em Araxá - MG.
Eu disse a ele que estava pensando, seriamente, em encabeçar uma lista de nomes de gente interessada em banir da Internet aquelas pessoas que publicam em seus blogs e ou enviam e-mails com tudo que as vêm à cabeça, a começar por este que vos fala.
De cara ele refutou minha ideia. Pensei até que fosse sair comigo na cabeça. Cabeça dura como ele é, outra coisa eu não esperaria de Júlio naquela hora. Mas, eu sei que depois, com a cabeça fria, ele iria concordar comigo e até mesmo assinaria a citada lista.
Eu não esquento a cabeça com o Júlio, mais não. Falei aquilo só para saber a opinião dele sobre o assunto e por continuar acreditando que duas cabeças pensam sempre melhor que uma.
Quanta besteira eu tenho visto (lido e ouvido) na Internet, ultimamente!
Mensagens bonitas e edificantes são mais difíceis de encontrar que cabeça de bacalhau.
Namorados que se desentendem e ficam de cabeça inchada escrevem (digitam) tudo que dá na cabeça.
Notícias sobre políticos brasileiros, então, enchem páginas e mais páginas (ou telas e mais telas?) de bobagens na internet, diariamente.
Tá certo que existem mulheres capazes de fazer alguns homens perderem a cabeça.
Tá certo, também, que certos políticos, “cabeças de bagre”, estão virando o Brasil de cabeça para baixo. Mas daí, a escreverem tanta banalidade; alto lá!
Acho sim, que está passando da hora de os brasileiros estufarem o peito, erguerem a cabeça e de dizerem em alto e bom som: - basta! Políticos que ficam “fazendo a cabeça” das pessoas, visando ganhar votos, precisam desaparecer logo do mapa. Está demorando e muito para que cabeças comecem a rolarem. E a primeira delas terá de ser a do “cabeça” disso tudo, que é a do senhor Lula.
Temos, ainda, muita gente vivendo com a cabeça no mundo da lua. Muita gente com a cabeça feita por políticos inescrupulosos. E há, um outro tanto de cabeçudos que não estão nem aí pra nada.
Mas, voltando ao caput da questão; de barriga de mulher e de cabeça de juiz a gente nunca sabe o que vai sair, não é mesmo? E depois, quem não conhece aquela expressão antiga que diz: - “em cada cabeça uma sentença!”.
Foi por isso que decidi mergulhar (entrar) de cabeça nesta campanha.
Pode ser até que eu não consiga resolver esse quebra-cabeça, mas uma coisa eu garanto: - quando eu colocar a minha cabeça no travesseiro, eu sei que irei dormir em paz comigo mesmo.
Mudando de assunto, não sei bem por que, mas lembrei-me, aqui, agora, de duas músicas antigas que você talvez conheça: “cabecinha no ombro” e um tango de Carlos Gardel: “Por una cabeça”.
Pois é amigo; cabeça foi feita para pensar; cabeça não foi feita só para usar chapéu, mas quando vejo tanta estupidez subindo para as cabeças das pessoas, e elas a escreverem aquele monte de besteiras, de coisas sem nexo, penso que alguém deve chegar mais perto delas e dizer:
- Chega! ponha a sua cabeça no lugar, ou melhor: - use a cabeça e pare de ficar escrevendo essas asneiras, “seu cabeça chata”!
Isto que você está fazendo, pode e vai acabar causando uma tremenda dor de cabeça em muita gente, como na da pessoa que está acabando de ler isto aqui, agora.


Obs.: não aproveita nem o cabeçalho