"A vida é a arte do encontro, embora
haja tanto desencontro pela vida" (Vinícius de Moraes)
Mutatis Mutandis, a arte é o encontro da
vida, embora haja tantos falsos artistas por aí.
Arte é a emoção que se reparte em cada
encontro; emoção que aflora em nossas almas, fazendo-nos sentir mais felizes, mais gente, mais o amor.
Ela é uma vida tocando em outra vida.
A arte não tem pátria e nem nação.
Não tem data, não tem hora e nem lugar
para se manifestar.
Quando se ouve uma ária musical, não necessitamos perguntar se o compositor era austríaco, italiano ou alemão. Ouve-a, apenas.
Quando estamos diante de uma tela de
Rembrandt ou de Picasso, não há necessidade de sabermos em que data ela foi
pintada. Apreciamo-as, tão somente.
Sim, a arte está entre nós para ser
apreciada e sentida, pouco importando seu autor, sua idade, sua forma, estilo
ou valor.
Há vários tipos de arte e para cada uma
delas um artista correspondente.
Assim, temos os artistas das letras, das
palavras escritas e das declamadas;
- os artistas das notas musicais, das
composições e das interpretações;
- os artistas das cores, das pinturas e
dos desenhos.
Temos os artistas das danças, clássicas,
folclóricas e populares;
- os artistas das encenações, do teatro,
da TV e do cinema (o cinema é a sétima arte, dizem);
- os artistas da culinária, dos doces e
dos salgados.
Temos, ainda, os artistas da moda, da
costura e do bordado;
- os artistas dos artesanatos, na madeira,
no couro, no metal, no vidro, na cerâmica, etc.;
- os artistas acrobatas, os artistas
ilusionistas e muitos outros.
Há, porém, alguns artistas e suas
respectivas artes que nem sempre foram ou são reconhecidos como tais.
São os artistas na arte:
- de esperar, sem desesperar;
- de ouvir, sem reclamar;
- de resignar-se;
- de perdoar e se perdoar;
- de ensinar e de educar;
- artistas na arte de curar;
- de conviver, harmoniosamente, com
estranhos;
- de plantar, de adubar, de regar, de
colher e de distribuir;
- de julgar, de absolver ou de condenar;
- de montar e ou de desmontar pequenos ou
grandes objetos;
- de restaurar outra arte;
- de usar, com habilidade, uma bola nas
mãos ou nos pés. Esta última, com licença para o trocadilho, dá, muitas vezes,
ao artista o título de "artilheiro".
E por falar em trocadilho, fazer
trocadilhos seria também uma arte?
Existe, também, a arte de fazer política,
não obstante, nessa termos muitos "artistas" (entre aspas, mesmo) e
pouca arte. Mais recentemente, passamos a conviver com a arte digital.
São inúmeros os tipos de arte nesta vida.
Rubem Alves dizia que aprendemos a arte de
falar (oratória), mas ainda não aprendemos a arte de ouvir (escutatória).
É que nem sempre uma arte pode ser
ensinada. Algumas artes são natas, outras as adquirimos ao longo da vida com o
trabalho e ou com a experiência.
Ataúlfo Alves, em uma de suas música dizia que
"a maldade nesta vida é uma arte". Tenho cá minhas dúvidas, como tenho se existem as artes de sofrer, de matar e de morrer.
E com tantas artes possíveis e impossíveis
eu às vezes chego a pensar que sou um artista, também.
Mas minha arte não é nenhuma das retro mencionadas.
Minha arte é a arte de sonhar com teus
abraços, com teus beijos e com teus carinhos.
É a arte de querer ser feliz ao teu lado,
todos os dias, a todo momento.
É a arte de amar-te.
Só que até o momento essa minha arte ainda
não tocou o teu coração e por isso a minha outra grande dúvida:
- será que isto é mesmo uma arte?
Quem sabe!
Minha esperança é de que um dia você irá reconhecê-la como tal.
Então, quando isso acontecer, vou poder
dizer seguramente:
- você é nesta vida a mais linda obra de
arte que Deus criou para o meu coração - uma obra de arte que não canso e
jamais cansarei de admirar.
Tenho dito.