domingo, 15 de maio de 2011

AM Arte



"A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida" (Vinícius de Moraes)
Mutatis Mutandis, a arte é o encontro da vida, embora haja tantos falsos artistas por aí.
Arte é a emoção que se reparte em cada encontro; emoção que aflora em nossas almas, fazendo-nos sentir mais felizes, mais gente, mais o amor.
Ela é uma vida tocando em outra vida.
A arte não tem pátria e nem nação.
Não tem data, não tem hora e nem lugar para se manifestar.
Quando se ouve uma ária musical, não necessitamos perguntar se o compositor era austríaco, italiano ou alemão. Ouve-a, apenas.
Quando estamos diante de uma tela de Rembrandt ou de Picasso, não há necessidade de sabermos em que data ela foi pintada. Apreciamo-as, tão somente.
Sim, a arte está entre nós para ser apreciada e sentida, pouco importando seu autor, sua idade, sua forma, estilo ou valor.
Há vários tipos de arte e para cada uma delas um artista correspondente.
Assim, temos os artistas das letras, das palavras escritas e das declamadas;
- os artistas das notas musicais, das composições e das interpretações;
- os artistas das cores, das pinturas e dos desenhos.
Temos os artistas das danças, clássicas, folclóricas e populares;
- os artistas das encenações, do teatro, da TV e do cinema (o cinema é a sétima arte, dizem);
- os artistas da culinária, dos doces e dos salgados.
Temos, ainda, os artistas da moda, da costura e do bordado;
- os artistas dos artesanatos, na madeira, no couro, no metal, no vidro, na cerâmica, etc.;
- os artistas acrobatas, os artistas ilusionistas e muitos outros.
Há, porém, alguns artistas e suas respectivas artes que nem sempre foram ou são reconhecidos como tais.
São os artistas na arte:
- de esperar, sem desesperar;
- de ouvir, sem reclamar;
- de resignar-se;
- de perdoar e se perdoar;
- de ensinar e de educar;
- artistas na arte de curar;
- de conviver, harmoniosamente, com estranhos;
- de plantar, de adubar, de regar, de colher e de distribuir;
- de julgar, de absolver ou de condenar;
- de montar e ou de desmontar pequenos ou grandes objetos;
- de restaurar outra arte;
- de usar, com habilidade, uma bola nas mãos ou nos pés. Esta última, com licença para o trocadilho, dá, muitas vezes, ao artista o título de "artilheiro".
E por falar em trocadilho, fazer trocadilhos seria também uma arte? 
Existe, também, a arte de fazer política, não obstante, nessa termos muitos "artistas" (entre aspas, mesmo) e pouca arte. Mais recentemente, passamos a conviver com a arte digital.
São inúmeros os tipos de arte nesta vida.
Rubem Alves dizia que aprendemos a arte de falar (oratória), mas ainda não aprendemos a arte de ouvir (escutatória).
É que nem sempre uma arte pode ser ensinada. Algumas artes são natas, outras as adquirimos ao longo da vida com o trabalho e ou com a experiência.
Ataúlfo Alves, em uma de suas música dizia que "a maldade nesta vida é uma arte". Tenho cá minhas dúvidas, como tenho se existem as artes de sofrer, de matar e de morrer.
E com tantas artes possíveis e impossíveis eu às vezes chego a pensar que sou um artista, também.
Mas minha arte não é nenhuma das retro mencionadas.
Minha arte é a arte de sonhar com teus abraços, com teus beijos e com teus carinhos.
É a arte de querer ser feliz ao teu lado, todos os dias, a todo momento.
É a arte de amar-te.
Só que até o momento essa minha arte ainda não tocou o teu coração e por isso a minha outra grande dúvida: 
- será que isto é mesmo uma arte?
Quem sabe!
Minha esperança é de que um dia você irá reconhecê-la como tal.
Então, quando isso acontecer, vou poder dizer seguramente:
- você é nesta vida a mais linda obra de arte que Deus criou para o meu coração - uma obra de arte que não canso e jamais cansarei de admirar.
Tenho dito.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Transitando ideias



Transitando ideias


Se você não consegue:
- dar partida no perdão,
- calibrar suas emoções,
- acender os faróis da humildade,
- acelerar sua modéstia,
- ultrapassar suas dúvidas, no tempo certo,
- frear suas ambições,
- estacionar na garagem do coração,
- sinalizar para a moral,
- puxar o afogador da vaidade,
- pagar multas pelo avanço do egoísmo,
- engrenar marcha à ré na tristeza,
- embrear (deixar em ponto morto) seu orgulho,
- olhar com simpatia no retrovisor da saudade,
- transportar alegrias,
- lubrificar seus pensamentos com o óleo da fé,
- abastecer-se (encher o tanque) de carinhos,
- usar o extintor da razão para apagar o medo,
- buzinar para uma nova amizade,
- acionar o GPS - Gratidão, Paciência e Simplicidade,
- trafegar no sentido da ética,
- descarregar o mau humor, sem poluir a alma,
- limpar, regularmente, o carburador dos desejos,
- dar carona para a sinceridade,
- controlar a velocidade da inveja,
- arrancar sorrisos na subida da solidão,
- conferir o diferencial do respeito,
- piscar para os seus sonhos,
- ligar o alerta da caridade,
- balizar entre o justo e o perfeito,
- apertar o cinto da indiferença,
- trocar, frequentemente, os amortecedores da esperança,
- esquivar-se, com perspicácia, dos acidentes causados pela ilusão,
- parar quando o sinal está amarelo para a intolerância ou vermelho para a discórdia, 
então, provavelmente, você não está habilitado(a) para ser feliz e, de duas uma:
- ou você não sabe dirigir sua própria vida,
- ou seu carro (corpo) está com defeito e precisa, urgentemente de uma revisão.
Se você se encontra na primeira opção, sugiro-lhe que entre logo na auto-escola do amor e faça um curso de oração defensiva.
Se você se encontra na segunda opção, sugiro-lhe que vá até a oficina do tempo e retifique já as suas atitudes.
Pois, só assim, você conseguirá transitar, tranquilamente, pelos caminhos da Verdade Infinita que, com toda certeza, irá levá-lo(la) ao pódio da glória.
Mas muito cuidado; alguns trechos desta estrada não possuem acostamento.