quarta-feira, 24 de junho de 2009

Atrevido












Já faz alguns dias que não escrevo nada para Gabriela.
"Acho que ele me esqueceu" - deve estar pensando ela!
Esquecê-la?! Jamais! A isto meu coração não se atreve,
porquanto sei muito bem que amizade não prescreve.

Têm pensamentos que a razão analisa e às vezes apela.
Há coisas que o íntimo da gente deseja, mas não revela.
Agora, supor coração boicotando amor, fazendo greve!
impossível. Isto eu não consigo imaginar. Nem de leve!

Com toda franqueza que me é facultada neste momento,
ouso dizer que gostar de Gabriela é um investimento
com retorno certíssimo a curto, a médio e a longo prazo.

Seu sorriso, no contexto desta vida, é deslumbramento
que Deus nos concede todos os dias, lá do firmamento.
As mãos do Oleiro fizeram desta menina precioso vaso.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Tristezazinha
















Tristezinha

Uma lembrancinha alfinetou meu pensamento. De verdade.
Todavia, fez isto somente para saber como que ele reagiria
caso Jacque um dia viesse a transferir-se para outra cidade
e ele não pudesse ter como localizá-la. Veja só, que ironia!

Uma "tristezinha" beliscou meu coração. Não por maldade.
Foi só uma brincadeirinha para saber como que ele reagiria
caso Jacque sumisse, deixando-o entupigaitado de saudade
a ponto de não saber o que fazer. Veja só, quanta covardia!

Corações e pensamentos estão sempre sendo importunados,
Geralmente, por pessoas das quais eles já gostam bastante.
Alguns conseguem relevarem a contento e seguem adiante,

outros ficam aguardando soluções fáceis. Pobres coitados!
Sofrem com os beliscões, com as alfinetadas, sem deadline.
Dois em especial: - os que são exclusividade de Jacqueline.

Meu jugo




Decidi: meu coração eu não vendo, não empresto e não alugo.
Acatei integralmente o conselho dado pelo meu amigo, Hugo:
“coração tem que ser preservado, mesmo a custa de emoções;
a custa de sofrimentos, de angústias, de tristezas e más paixões”.

Ademais, não creio que haja alguém interessado neste refugo
que, efetivamente, tem sido para mim um verdadeiro verdugo,
impingindo-me incontáveis tormentos e dúvidas sem soluções,
além de uma série de amores, transformados em tolas ilusões.

Uma coisa, porém, precisa ficar bem clara neste momento:
- se eu desfizer deste órgão, corro risco cair numa esparrela.
Explico: não saberei onde nem como arrumar outro alojamento

para guardar todo amor que tenho - amor, sublime sentimento,
e em especial, este enorme carinho que eu sinto por Gabriela.
É por isso que não posso dispor dele agora. Mas estou atento.

Das pimentas















Dispensai as angústias, os apegos, as ironias e os azedumes.
Arrastai tão somente os folguedos, os risos e a simplicidade
pois, o que nos causa amargura é a falta de um tempero
que dê um outro sabor aos sentimentos latentes do ser.

Afugentai as sensaborias, as parvoíces e os ciúmes.
Cultivai apenas os amores e as simpatias na intimidade
pois, os mal-estares das paixões são frutos do desespero
que impõem aos corações um jeito amargo de sofrer.

É por acreditar que a moral é o sal da consciência,
e que a ética o recheio da justiça com molho de paz
que nossas esperanças de dias felizes se alimenta.

Mas, o orgulho para saciar toda a sua apetência,
dá ao egoísmo, este sentimento estúpido e voraz,
uma receita de solidão com sua pitada de pimenta.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Estabilização




Quantos desempregos têm gerado esta tal estabilização!
Quantas dificuldades e falta de interesse para resolvê-la!
É noite! Volto meus olhos ao céu para fazer uma oração
e o vejo totalmente limpo. Nele não há lua e nem estrela.

Parece-me que Deus também resolveu aderir à recessão;
para reduzir custos, apagou todas as luzes do firmamento,
deixando apenas teus olhos a brilharem nesta imensidão;
quem sabe! para o meu deleite, para meu contentamento.

Sentindo-se então incapaz, diante desta crise insolúvel,
só restou-me ao coração aplicar suas últimas esperanças,
neste mercado instável de ilusões. Instável e volúvel,

para tentar resgatar num futuro, quiçá não muito distante,
algo mais que as velhas e desalentadoras lembranças,
dum amor que a cada dia se faz mais e mais contagiante.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Resposta















Chamaste-me, outro dia, de estúpido e de banal.
Quanta hipocrisia! Quanta falta de sinceridade!
Se trago em minhas palavras um caráter trivial,
é em meus atos que encontrarás a autenticidade.

Teu objetivismo vulgar e abstrato da realidade,
configura, em plenitude, tua inquietação moral;
e se tua falta de modéstia leva-me à dubiedade,
a tua irreverência nada acrescenta no original.

Respeito e comedimento - virtudes que detinhas,
parece-me que sumiram logo depois das estréias;
mandaste toda tua cortesia pra as Cochinchinas
e tua temperança, com certeza, para as Koréias.

Enquanto tu alimentas essas ilusões mesquinhas
com inveja, com vaidade e com falsas panacéias,
teu orgulho vai semeando cravos entre gavinhas
e teu ódio colhendo espinhos entre as azaléias

Julgas serem tuas verdades superiores às minhas,
desvalorizando meus pensamentos e minhas idéias;
é que não consegues captar amor nas entrelinhas
e tampouco possuis a arte de fazer prosopopéias.

Julgar é compelir a razão a uma nova adversidade,
é subtrair da lógica qualquer experiência formal,
é externar com crítica uma ignóbil superioridade
e descrer no absoluto sentido da vida espiritual.

Assim, por meio deste manifesto tácito e pessoal,
sugiro-te pôr o Bem além da tua intelectualidade
e a comportar-te de forma mais tenra e fraternal,
sem dilações, sem rancores e com muita dignidade,

pois só deste modo que encontrarás tranqüilidade,
neste mundão conturbado pela ganância irracional,
pelo excessivo egoísmo e pela falta de humildade,
que nos impedem levar uma vida plena e integral.

Obs.: ninguém nunca me chamou de estúpido ou banal