quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Alegoria sobre a estupidez



Alegorias sobre a estupidez


A estupidez humana não tem dia, não tem hora e nem lugar para acontecer.
Ela pode se manifestar em todo momento e em qualquer lugar: - nas artes, nos esportes, na religião, na política – nesta muito mais frequente, no lar, no bar, na escola, no local de trabalho, no trânsito, nas redes sociais, etc.
Há estúpidos também no comércio, nos coletivos e até nas ciências.
Ela, também, independe do sexo, da cor, da idade e do nível cultural do estupido.
Não há uma classificação para estúpidos, todavia, eu os dividi em duas categorias: - os inocentes e os conscientes. Os inocentes são os estúpidos por ignorância. São os que desconhecem a sua estupidez. Já os conscientes são por outros motivos.
A estupidez é irmã gêmea da insensatez e prima da intolerância, da petulância e da arrogância e por isso ela desarmoniza, desestabiliza e desagrega.
Ela não tem um lado positivo; pelo contrário: - é destrutiva e, quase sempre, extrapola as raias da mediocridade.
Não sei se a estupidez é inata ou adquirida com tempo através das relações interpessoais. Só sei que ela é uma violência e uma aberração moral que resvala pelo desvão da hipocrisia.
Na música “Maria”, Ary Barroso dizia: - “fiquei ceguinho de amor”. Eu não diria que o estupido seja um cego de amor, mas com certeza, estrábico ou míope de bom senso. No dicionário do estúpido não existe o verbete “humildade”.
Uma pessoa estupida é uma pessoa digna de dó, pois não perdoa a outra e muito menos a si mesma. Geralmente, é uma pessoa orgulhosa, vaidosa, egoísta e infeliz.
Um estupido não se envergonha da sua estupidez e muita vez, até se vangloria dela. É de uma imbecilidade lastimável.
Seus atos podem ser irrelevantes ou absurdos e muitas vezes acabam por desencadearem outros de mesma natureza ou até mais graves.
Um tipo de pessoa estupida é aquela que diz não levar desaforo para casa (dela), mas, sem saber, acaba levando-o para a casa do outro. Principalmente para a casa mental. Mas aí é outra história.
O estupido tem ojeriza de gente inteligente, pois, mesmo sabendo que não tem razão, ele nunca dá o braço a torcer. Esbraveja, ataca e ofende tentando impor a qualquer modo suas ideias e crenças.
Geralmente, um estupido não subestima outro estupido ou se compraz de suas atitudes.
O estupido desorganiza, desestimula, desacata e desfaz boas amizades.
Talvez, no reino animal, o homem seja a espécie mais estupida que existe, apesar de trazer consigo o adjetivo “racional”.
Há muitas formas de ser estupido. Descortesia e incivilidade são duas delas. Tem pessoa que é tão estupida que chega ser estupida consigo mesma. Vejo isto na maneira como algumas se comportam ao se alimentarem, ao se vestirem e, principalmente, ao exprimirem suas ideias.
A estupidez não é hereditária e a idiossincrasia do estupido parece nunca ter sido estudada e classificada.
A lógica do estúpido e insustentável, seu caráter inconstante e sua razão vulnerável.
Um embate entre dois estúpidos em consequências é imprevisível.
O estúpido, geralmente, não é uma pessoa criativa.
Ninguém consegue dimensionar uma estupidez.
Por não ter uma fé alicerçada na razão, o estúpido quase nunca se arrepende dos seus atos.
Não tenho conhecimento de nenhum trabalho científico e ou acadêmico que trata da estupidez humana. Algum trabalho, onde alguém tenha tentado identificar a genética da estupidez humana. Acho que a psicologia também nunca se deteve numa análise mais profunda sobre esta patologia.
Infelizmente, exames de encefalogramas ou similares ainda não apontam se uma pessoa é ou poderá vir a ser estúpida.
Assim sendo, concluo que a estupidez não tem cura e que para combatê-la não há remédio; não há um antídoto capaz de anulá-la. Acredito, entretanto, que uma boa maneira de eliminá-la ainda seja através do silêncio, não obstante, o silêncio também seja, muitas vezes, uma forma de estupidez.
Tenho dito.