Alegorias sobre a estupidez
A estupidez humana não tem dia,
não tem hora e nem lugar para acontecer.
Ela pode se manifestar em todo
momento e em qualquer lugar: - nas artes, nos esportes, na religião, na
política – nesta muito mais frequente, no lar, no bar, na escola, no local de
trabalho, no trânsito, nas redes sociais, etc.
Há estúpidos também no comércio,
nos coletivos e até nas ciências.
Ela, também, independe do sexo, da
cor, da idade e do nível cultural do estupido.
Não há uma classificação para
estúpidos, todavia, eu os dividi em duas categorias: - os inocentes e os conscientes.
Os inocentes são os estúpidos por ignorância. São os que desconhecem a sua
estupidez. Já os conscientes são por outros motivos.
A estupidez é irmã gêmea da
insensatez e prima da intolerância, da petulância e da arrogância e por isso
ela desarmoniza, desestabiliza e desagrega.
Ela não tem um lado positivo;
pelo contrário: - é destrutiva e, quase sempre, extrapola as raias da
mediocridade.
Não sei se a estupidez é inata ou
adquirida com tempo através das relações interpessoais. Só sei que ela é uma
violência e uma aberração moral que resvala pelo desvão da hipocrisia.
Na música “Maria”, Ary Barroso
dizia: - “fiquei ceguinho de amor”. Eu não diria que o estupido seja um cego de
amor, mas com certeza, estrábico ou míope de bom senso. No dicionário do
estúpido não existe o verbete “humildade”.
Uma pessoa estupida é uma pessoa digna
de dó, pois não perdoa a outra e muito menos a si mesma. Geralmente, é uma pessoa
orgulhosa, vaidosa, egoísta e infeliz.
Um estupido não se envergonha da
sua estupidez e muita vez, até se vangloria dela. É de uma imbecilidade
lastimável.
Seus atos podem ser irrelevantes
ou absurdos e muitas vezes acabam por desencadearem outros de mesma natureza ou
até mais graves.
Um tipo de pessoa estupida é
aquela que diz não levar desaforo para casa (dela), mas, sem saber, acaba
levando-o para a casa do outro. Principalmente para a casa mental. Mas aí é
outra história.
O estupido tem ojeriza de gente
inteligente, pois, mesmo sabendo que não tem razão, ele nunca dá o braço a
torcer. Esbraveja, ataca e ofende tentando impor a qualquer modo suas ideias e
crenças.
Geralmente, um estupido não subestima
outro estupido ou se compraz de suas atitudes.
O estupido desorganiza,
desestimula, desacata e desfaz boas amizades.
Talvez, no reino animal, o homem
seja a espécie mais estupida que existe, apesar de trazer consigo o adjetivo “racional”.
Há muitas formas de ser estupido.
Descortesia e incivilidade são duas delas. Tem pessoa que é tão estupida que
chega ser estupida consigo mesma. Vejo isto na maneira como algumas se
comportam ao se alimentarem, ao se vestirem e, principalmente, ao exprimirem suas
ideias.
A estupidez não é hereditária e a
idiossincrasia do estupido parece nunca ter sido estudada e classificada.
A lógica do estúpido e
insustentável, seu caráter inconstante e sua razão vulnerável.
Um embate entre dois estúpidos em
consequências é imprevisível.
O estúpido, geralmente, não é uma
pessoa criativa.
Ninguém consegue dimensionar uma
estupidez.
Por não ter uma fé alicerçada na
razão, o estúpido quase nunca se arrepende dos seus atos.
Não tenho conhecimento de nenhum trabalho
científico e ou acadêmico que trata da estupidez humana. Algum trabalho, onde
alguém tenha tentado identificar a genética da estupidez humana. Acho que a
psicologia também nunca se deteve numa análise mais profunda sobre esta
patologia.
Infelizmente, exames de
encefalogramas ou similares ainda não apontam se uma pessoa é ou poderá vir a
ser estúpida.
Assim sendo, concluo que a
estupidez não tem cura e que para combatê-la não há remédio; não há um antídoto
capaz de anulá-la. Acredito, entretanto, que uma boa maneira de eliminá-la
ainda seja através do silêncio, não obstante, o silêncio também seja, muitas
vezes, uma forma de estupidez.
Tenho dito.