sexta-feira, 28 de junho de 2013

Agnes sei



Agnes sei


Agnes sei

que tenho o coração meio desatento,
que esquece que tem um sentimento,
que gosta de gostar sem impedimento,
que tem se mostrado frágil e ciumento,
que se emociona diante do firmamento,
que se encanta até com o seu batimento,
que brinca com a falta de conhecimento,
que suporta alguns tipos de atrevimento,
que deseja ao outro o bem cem porcento,
que vibra de alegria e de contentamento,
que já foi, por muitas, deixado ao relento,
que atura o regime, mas não o regimento,
que sofre, mas que dignifica o sofrimento,
que sonha, padece e tem pressentimento,
que vê em teu sorriso o melhor alimento,
que se alegra com um bom procedimento,
que não sabe explicar este acontecimento,
que acredita ser o amor seu maior invento,
que lo guarda como um santo sacramento,
que, por vezes, se sente leve como o vento,
que sempre espera um novo envolvimento,
que recusa o colesterol e o envelhecimento,
que não se compraz com o arrependimento,
que bate com fé em sinal de agradecimento,
que se perde em desejos, a todo o momento,
que só irá parar quando do meu falecimento,
que curte as lembranças sem aborrecimento,
que fez do meu peito o seu único alojamento,
que vive mui satisfeito neste compartimento,
que faz de tudo para não ter constrangimento,
que detesta o orgulho, a inveja e o fingimento,
que deu à saudade um  lugar em seu aposento,
que adora muitos carinhos no relacionamento,
que trabalha sem receber qualquer pagamento,
que se preocupa com um possível enfartamento,
que vangloria de um passado com discernimento,
que simpatiza com outro de igual comportamento,
que está em constante conflito com o pensamento,
que no estetoscópio se mostra bastante barulhento,
que não acha solução para tanto comprometimento,
que ama você com muito, mas muito convencimento,
que espera de você, simplesmente o reconhecimento,
e nestes termos, pede deferimento.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Quadras quadradas



Quadras quadradas


Dizem que amor machuca muito a gente
e que, as vezes, acaba deixando sequela;
O amor de Augusto foi tão contundente,
que hoje ele traz uma cicatriz - Gabriela.

Quem vê aquele homem com papel e caneta,
a escrever naquela mesa, com tanta emoção,
não sabe que hoje, começou dá-lo na veneta,
amar e a conversar com seu próprio coração. 

Às vezes a gente faz, desfaz, acontece e apronta;
depois se arrepende, se desculpa e pede perdão.
Agora dizerem que não gosto dela é uma afronta
Afinal, quem pode decifrar as coisas do coração?

E se o amor resolver me abandonar,
juro que não sei o que será de mim.
se por ele vou sofrendo sem parar;
sem ele, podes crer, será o meu fim.

Um amor que julgava estivesse morto, com certeza,
obrigou-me a exumar o coração para poder conferir.
Mas ao abrirem meu peito, foi uma grande surpresa;
Lá estava você, toda alegre, a brincar para eu sorrir.

Meu peito aluga seu coração para um monte de gente.
Agora, veja você, do que um simples aluguel é capaz:
ontem o amor de trás veio visitar seu vizinho da frente;
hoje, é o amor de frente que visitará o vizinho de trás.

Diante desse olhar, cheio de lirismo,
a uma indagação que sempre chego:
- como que pode nosso Espiritismo,
querer que eu viva sem o desapego?

Minhas trovas III

Andando por toda parte,
sem rumo e sem direção,
espero um dia encontrar-te
no meio da multidão.

Pensamentos se dispersam,
como sonhos de criança;
os olhos é que conversam,
no bel momento da dança.

Preso por uma corrente,
e sem poder reclamar,
lá vai mais um inocente,
na vida a se complicar.


Sobrevoando Cabul,
lá no Afeganistão,
vejo um céu todinho azul
e uma saudade... do chão.


Procurando equilibrar
sentimentos e razão,
quase me vi despencar
da corda do coração.



Neste mundo de ilusões

em versos vou lhe propor
surfar as nossas paixões
na prancha do nosso amor.



Já cansei de procurar
essa tal felicidade;
deve estar em algum lugar
bem longe da falsidade.



Eu ando desconfiado

que você gosta de mim;
o seu jeito amalucado,
é que me faz pensar assim.


Quando chegar os extremos
de todos serem irmãos
com certeza então teremos
o planeta em nossas mãos.

A falta de sorte minha,
tem me deixado maluco;
eu morando na casinha,
e ela lá no Tejuco.

Eu não sou advogado,
e também não sou goleiro
mas defendo com agrado
o nosso amor por inteiro.



Dores a todas as provas;
Oh, meu Deus, como sofria!
mas resolveu fazer trovas,
e hoje só tem alegrias.


Este menino correndo
pra sua pipa voar
faz-me lembrar, remoendo,
tempo que não vai voltar

Coração órgão tolo
que bate pra complicar;
sem amor, sem consolo,
nunca deixa de amar.

Vendo o menino gordinho
desejando emagrecer,
lembro-me de outro magrinho,
sem nada para comer.


O dito que sempre digo
necessita acontecer
- doe sangue, meu amigo
pra outro amigo viver.









sexta-feira, 7 de junho de 2013

Fumante hilariante




Fumante hilariante


pelo sabor marcante,
pelo efeito calmante,
pela brasa flamejante,
pelo preço irrelevante,
pelo selo do fabricante,
pelo resultado delirante,
pela suavidade insinuante,
pela cortesia ao visitante,
pela propaganda que garante,
pela embalagem condicionante,
pelo fato de ser principiante,
pela vontade num dado instante,
pelo ouvir dizer que é elegante,
pela saudade de um amor distante,
pelo desejo de revê-lo exuberante,
pela solidariedade a um semelhante,
pela dependência do vício constante,
pela incoerência, um fator agravante,
pela leveza propalada pelo anunciante,
pela esperança, sentimento contagiante,
pela prática de um mau gosto alucinante,
pela marca que consagrou aquele farsante,
pelo ato de apreciar a fumaça borbulhante,
pelo fato de não ver aqui nenhum atenuante,
pela ilusão da nicotina, este mal excitante,
pelo trago, para desfazer o estado enervante,
pela condição de jamais ter sido extravagante,
pelo desrespeito aos convivas, por ser pedante,
pela necessidade besta de se mostrar um galante,
pelo conceito tolo de querer parecer um meliante,
pela maneira cretina de se exibir junto da amante,
pelo desconhecimento do mal, que sobrevirá adiante,
pelo momento de descontração em casa ou restaurante,
pelo despertar para a nova vida, agora uma debutante,
pelo jeito falso encontrado de se mostrar comunicante,
pela falta de opção, o que não deixa de ser revoltante,
pelo modo aparente de transparecer competente e atuante,
pelo combate a uma dor de dente, às vezes insignificante,
pelo acaso, aqui também, fator um tanto quanto repugnante,
pela sensação de uma calma que, às vezes, parece fascinante,
pela maneira de não perceber, ainda que de forma mirabolante,
que tudo isto só trará prejuízo para a sua saúde periclitante,




É mesmo impressionante.
Vamos lá, oh comediante!
Acho que já é o bastante:
Queima-se, todo arrogante,
outro cigarro, o ignorante,
mesmo sabendo que doravante,
terá, como fiel acompanhante,
um pulmão todo congestionante,
esclerosado, seco e asfixiante,
vítima de um câncer, fulminante,
causador de uma dor desesperante,
e daquela falta de ar angustiante.
E para deixá-lo bem mais irritante,
até hoje, este órgão tão importante,
que você mutila de forma exorbitante,
tem recusado todo tipo de transplante.
Não adianta olhar para o céu brilhante,
e pedir a Deus Todo Poderoso e Radiante,
que salve este filho que foi claudicante.
Não precisa fazer orações todo mendicante,
pois, para este vício que é tão apavorante,
e que o faz sentir assim tão desconcertante,
existe já uma solução - neste exato instante:
pare de fumar. Abandone este mal infernizante,
não fique rondando pela aí, sempre estonteante,
curtindo essa desgraça, nada, nada interessante.
Jogue fora esse maço de cigarros – vamos, avante!
Não queira ser mais um triste sofredor agonizante,
Ainda há tempo. Desta vez você irá sair triunfante.
Lembrará com tristezas dos tempos que viveu errante,
e deleitará com certeza, o quão lhe foi gratificante,
ter recebido, hoje, esta mensagem amiga e estimulante.
Verá que parar de fumar é saudável, é bom e edificante.
Depois, para os amigos, você não será somente figurante,
alguém que passou por esta vida como simples coadjuvante.
Você será considerado o homem forte que venceu um gigante.
Desculpa-me se lhe ofendo com o meu palavrório de feirante,
mas o que eu quero é vê-lo esbanjando uma saúde de elefante,
com aquele seu sorriso lindo e aquela sua maneira provocante,
de irradiar amor, alegria e com aquela sua simpatia flagrante,
eu quero é vê-lo curtindo a vida com uma felicidade incessante.
E, se eu tiver algum direito, eu quero também ser um integrante
do grupo amigos que você terá na sua nova vida, daqui por diante.
Receba então, o abraço fraterno do seu amigo de sempre: O Filante.

Cansei. Acho que agora eu mereço um refrigerante, bem refrescante.