segunda-feira, 14 de abril de 2025

Mercado Central

 Mercado Central 


No Mercado Central vende-se de tudo, dizem os belo-horizontinos.

Lá você pode comprar queijos, doces, frutas e diversos cereais.

O lugar é bem frequentado por jovens, velhos, meninas e meninos

e também pelos turistas que vão à cata de trabalhos artesanais.

 

No Mercado Central você encontra uma variedade de artigos finos,

objetos feitos de bronze, alumínio, palha, madeiras e muito mais;

alface, tomate, cebola, aspargo, repolho, jiló, berinjela e pepinos,

objetos de decoração, produtos de embalagens e ervas medicinais.

 

No Mercado Central você adquire canários e animais domésticos,

aparelhos de jantar, jogos de chá, flores e muitos tipos de panela.

Tem casa lotérica, agência bancária e uma loja só de cosméticos.

 

No Mercado Central tem quase tudo. Tem as cachaças divinais...

Só uma coisa não encontrei por lá. Um sorriso igual de Gabriela

Mas aí também, por favor! Você não acha que era querer demais?

 


sábado, 29 de março de 2025

Não é soneto

 


Não é soneto

 

Hoje vou contar-lhe a história de Leonora da Rocha Bicalho,

moça legal e simples. Daquelas que não se acham à venda.

Mas tinha um defeito: usava e abusava de um penduricalho.

Tanto é verdade, que acabou ganhando o apelido de Penda.

 

Sua mãe, dona Adalgisa, advertia-a com seu cabelo grisalho:

“filha - nada contra este seu gosto - espero que me entenda,

mas você está parecendo uma extraterrestre, um espantalho;

assim, Deus que nos livre, mas você irá ficar de encomenda”

 

E foi pensando em evitar desgostos, dissabores e atrapalho,

que “Penda” decidiu mudar-se da cidade para uma fazenda,

deixando para trás um amor, ou melhor: o seu quebra-galho.

 

Zé Luiz, conhecido por muitos como Senhor Luiz da Venda,

não gostava de pegar no batente - não gostava do trabalho.

Queria ofendê-lo, era só dá-lo uma simples chave de fenda.

 

 

Mas o Luiz gostava muito de Penda. Gostava pra carvalho.

Tanto que a mudança dela atrapalhou muito a sua azienda

e quase que o levou para os vícios da bebida e do baralho.

Foi por pouco que ele não perdeu sua única fonte de renda.

 

O tempo passou e Sr. Luiz tornou-se um grande paspalho;

alimentava-se mal e poucas vezes saía lá de sua vivenda.

Aquele homenzarrão cara de menino, tresloucado pirralho,

agora parecia mais uma galinha de macumba em oferenda.

 

Um dia, porém, Penda teve de retornar pela mesma senda;

mas sua volta veio a constituir-se num verdadeiro ato falho.

Pois todos sabiam que o soneto ia ficar pior que a emenda

 

e no dia vinte e dois de setembro, dia marcado na agenda,

ela reapareceu descabelada, atrapalhada e em frangalho.

E Luiz vendo-a naquele estado só exclamou: és tu Penda!

 

 


Saudade e esperança

 


Saudade e esperança

 

A saudade não é minha companheira,

Tampouco a esperança é minha rival

Se hoje, nada faço para a primeira,

á segunda eu nunca desejei o mal.

 

As duas, cada qual a sua maneira,

vêm impondo-me um sofrer sem igual;

por vezes, acho até que é brincadeira,

o modo de elas serem assim tão informal.

 

Mas agora, devo confessar-lhe que cansei,

e que decidi expulsá-las da minha mente.

Que desocupem também meu coração!

 

Preciso me livrar deste indefectível tormento.

Se quiserem, que vão à procura doutra gente.

Chegou a hora de dar um basta nesta minha paixão.

 


Poeta

 


Poeta

 

Eu quis homenagear poetas, trovadores e sonetistas

que estão sempre a espargirem emoções pelos ares.

São pessoas simples e, porque não, também artistas

que vivem a modelarem versos por todos os lugares.

 

Seus trabalhos são engendrados em foros intimistas

com intuições e características próprias e singulares

Não vão à cata de elogios por parte de especialistas

tampouco reconhecimento em escolas ou em bares. 

 

Deus abençoe e ilumine os poetas do mundo inteiro.

E, que o grupo dos anônimos seja atendido primeiro

Dê a eles inspiração, a paz e o amor entre familiares.

 

Um poeta é, antes de tudo, um grande companheiro,

Um amigo fiel nas horas difíceis, um grande parceiro

Foi começar escrever isto para me lembrar de Edy Soares.



Lembranças na grelha

 


Lembranças na grelha

 

O inverno chegou e desta vez parece que é para valer.

Retirei do armário meu velho agasalho de lã de ovelha

pois, preciso me cuidar muito bem para não adoecer

e ficar na cama, tal e qual está dona Santina Gadelha.

 

Na cama, só acompanhado de um cobertor de orelha;

de alguém que me abrace e que na hora do vamos ver,

não pergunta se demora e tampouco me aconselha

a mudar de ideia, pois amor na friagem não dá prazer.

 

Nas intempéries da vida, pressentimentos me fazem crer 

que, quando a lua cheia troca de cor, fica mais vermelha,

é para não deixar a tristeza me dominar - não me abater.

 

Pois enquanto a lembrança teima em dar meia volta, volver,

posso lhe garantir, com certeza, de que nada se assemelha

a friagem de um coração sem o amor; sem um bem querer.



Brisa

 


Brisa

 

Sopra lá de Curitiba uma gostosa brisa

que bate suavemente em meu coração,

trazendo amores de Raquel e de Luíza

e com eles a paz, o carinho e a emoção

 

Esta brisa que na minha alma sintetiza

uma efervescência de luz e de paixão

tem um quê de saudade que concretiza

a forma de querer sem ter porque razão.

 

Brisa que sempre sopra em toda estação

fomentando em mim essa alegria concisa

bata em meu peito e volte na mesma direção

 

levando a elas todo bem que aqui se realiza

pois quem as ama com tamanha devoção,

de mais amor, com certeza, já não precisa.

 


Autoridade

 


Autoridade

 

Quando pela força maior das necessidades,

os brasileiros se rebelarem de forma bruta;

quando pelo descaso geral das autoridades,

os pobres se unirem para uma grande luta;

 

quando, enfim, pelas inúmeras atrocidades

praticadas pelo mau caráter de quem tributa

sensibilizar o nosso povo em sua dignidade,

abalando sua estrutura moral e sua conduta;

 

talvez aí, estaremos perto de uma mudança,

com fortes clamores por Justiça e Liberdade

pois, aqueles que viveram só de esperança,

 

sentindo se aproximar a hora da verdade,

arregaçarão as mangas um ato de vingança

contra quem promoveu tamanha desigualdade.



Apelo

 


Apelo

 

Vá egoísmo estúpido enterrar tua vaidade no terreno sórdido do desespero!

Vá orgulho maldito emergir tua ignorância no mar profundo do destempero!

Abram vagas para o altruísmo e para a beneficência a quem quer progredir,

e deixem que a humildade tome conta deste coração esperançoso no porvir.

 

Venha perdão abençoado trazer a paz e a harmonia a um peito sentimental!

Venha bondade divina abrandar minhas angústias neste momento crucial!

Retirem de mim o mal inescrupuloso que corrompe o meu ser de verdade,

e levem para longe toda esta dor insuportável que me maltrata sem piedade.

 

No vai-e-vem dos desejos, das emoções e esperanças por uma vida melhor,

meu coração apela aos bons Espíritos e às forças avassaladoras do bem

a luz, a paz, a harmonia e muita coragem para amar sempre com devoção

 

afim de que, talvez mesmo sem merecimento, receber uma proteção maior

para, através desta encarnação de provas e expiações, lograr sua evolução

rumo ao Cristo que tanto lhe ama e que só quer a minha própria evolução.



sábado, 22 de março de 2025

Um pouco me faz bem

 


Um pouco do que me faz bem

 

Um pouco

da sua alegria me faz bem,

da sua atenção me faz bem,

da sua beleza me faz bem,

da sua bondade me faz bem,

da sua elegância me faz bem,

da sua gentileza me faz bem,

da sua ingenuidade me faz bem,

da sua maneira de se vestir me faz bem,

da sua moral me faz bem,

da sua religiosidade me faz bem,

da sua simpatia me faz bem,

da sua simplicidade me faz bem,

da sua sinceridade me faz bem,

das suas dúvidas me faz bem,

das suas ideias me faz bem,

do seu bom gosto me faz bem,

do seu carisma me faz bem,

do seu encanto me faz bem,

do seu sorriso me faz bem,

da sua presença me faz bem,

da sua amizade me faz bem,

dos seus carinhos me faz bem,

do seu jeito de me olhar me faz bem,

do seu modo de ser me faz bem,

e um pouco de você, mais que fazer bem, me faz  feliz.


Forças do amor

 


Forças do amor

 

Sem me esforçar muito e sem “forçar a barra” estou concluindo que:

A força bruta do amor é potente e deve ser aplicada;

A força coercitiva do amor é o progresso moral;

A força da fé no amor é que equilibra nossas emoções;

A força da lei de amor é útil e necessária;

A foça de vontade do amor é irresistível;

A força da razão do amor é a caridade;

A força de convencimento do amor é magnânima;

A força de expressão do amor é a que diz a verdade;

A força de pensamento de amor é poderosa;

A força de persecução do amor é providencial;

A força de persuasão do amor é viável;

A força de presunção do amor é relativa;

A força eletrodinâmica do amor é energia potencial;

A força motriz do amor é a que impulsiona para a prática do bem;

A força física do amor é real e produzida no coração;

A força magnética do amor é a que aproxima pessoas umas das outras;

A força centrífuga do amor é a que afasta o orgulho e o egoísmo;

A força latente de amor é a que está pronta para acontecer;

A força centrípeta do amor é a que atrai bondade e alegria;

A força infinita do amor é Deus. É a vida.


segunda-feira, 17 de março de 2025

Alternativas

 


Buscas alternadas

 

Estou buscando:

A amizade na lealdade e a lealdade na amizade,

A compreensão na religião e a religião na compreensão,

A caridade na humanidade e a humanidade na caridade,

A devoção na oração e a oração na devoção,

A liberdade no direito e o direito na liberdade,

A elegância no afeto e o afeto na elegância,

A emoção no viver e o viver na emoção,

A fé na ciência na a ciência na fé,

A ética na simplicidade e a simplicidade na ética,

A felicidade no amor e o amor na felicidade,

A fraternidade na igualdade e a igualdade na fraternidade,

A justiça na lei e a lei na justiça,

A moral na razão e a razão na moral,

A sabedoria no desejo e o desejo na sabedoria,

A verdade na confiança e a confiança na verdade,

O carinho no prazer e o prazer no carinho,

O espaço no tempo e o tempo no espaço,

O poder no conhecimento e o conhecimento no poder,

O prazer na caridade e a caridade no prazer,

O respeito na convivência e a convivência no respeito,

O ser no estar e o estar no ser,

O silêncio na paz e a paz no silêncio,

Deus na vida e a vida em Deus.

 


Não sabia nada de matemática

 


Não sabia nada de matemática

 

Era um homem que não sabia nada de:

Análise combinatória,  mas seu coração sabia o que era fazer história,

Ângulo reto,                  mas seu coração sabia o que era ser correto,

Bissetriz,                       mas seu coração sabia o que era sentir-se feliz,

Cálculo integral,           mas seu coração sabia o que era bom e legal,

Circunferência,             mas seu coração sabia o que era paciência,

Equação,                      mas seu coração sabia o que era paixão,

Fatorial,                        mas seu coração sabia o que era ser normal,

Fração,                         mas seu coração sabia o que era gratidão,

Geometria,                   mas seu coração sabia o que era alegria,

Integral,                        mas seu coração sabia o que era fundamental,

Limite,                           mas seu coração sabia o que era cardite,

Logaritmo,                    mas seu coração sabia o que era um bom ritmo,

Máximo divisor,            mas seu coração sabia o que era o amor,

Paralela,                       mas seu coração sabia o que era viver com ela,

Perpendicular,              mas seu coração sabia o que era ter um lar,

Pi,                                 mas seu coração sabia o que era estar ali,

Prisma,                         mas seu coração sabia o que era carisma,

Probabilidade,              mas seu coração sabia o que era a verdade,

Seno,                            mas seu coração sabia que o que era ser ameno,

Tangente,                     mas seu coração sabia o que era ser gente,

Trigonometria,              mas seu coração sabia o que era simpatia,

Volume do cone,          mas seu coração sabia o que era ter um nome,

Raiz quadrada,            mas seu coração sabia o que era uma pessoa amada,

Matemática,                 mas seu coração sabia o que era amar na prática.


Mata mata


 
Mata, mata

 

A água mata a sede,

A cobiça mata de inveja,

A comida mata a fome,

A esperança mata aos poucos,

A falta de ambição mata os sonhos,

A inescrupulosa mata de vergonha,

O aborteiro mata no ventre,

O acuado mata para sobreviver,

O aluno vadio mata a aula,

O ansioso mata por esperar,

O apressado mata na hora,

O assassino mata a sangue frio,

O caçador mata a onça e mostra o pau,

O chato mata de tristeza,

O covarde mata pelas costas,

O criminoso mata sem dó,

O cruel mata no ninho,

O esperto mata a charada,

O explorador mata de cansaço,

O grande vencedor “mata a pau”,

O ingrato mata de desgosto,

O insolente de mata de raiva,

O preguiçoso mata de tédio,

O suicida mata a si próprio,

O traficante mata aos poucos,

O veneno mata a praga,

O vingador mata só para ver o tombo,

e você está querendo me matar de paixão.


terça-feira, 11 de março de 2025

Jogando conversa fora


 


Fora FHC; fora Lula; fora Dilma; fora Temer; fora Bolsonaro e fora Lula outra vez. O brasileiro é mesmo fora de série e, por vezes, até mesmo fora de propósito. Alguns fora de si agem fora da razão, fora dos limites pré-estabelecidos, ou seja: fora da lei ou fora dos padrões éticos e morais. Fora de dúvida que, fora daqui, ou seja, fora do Brasil existe também muita gente agindo da mesma maneira.  Fora de mim julgar quem quer que seja. Fora de mim também analisar quem de maneira esdrúxula faz coisas fora do comum com intenções fora sei lá o quê. Este mundo de hoje está cheio de gente doida. Como dizia o saudoso cantor de samba de breque, Moreira da Silva, “pintei um quadro só por fora da moldura”. Ou como dizia um conhecido meu de nome Forácio, natural da cidade de Juiz de Fora – MG que veio morar aqui na minha região – “mais por fora que umbigo de vedete”. Forácio nunca se preocupou com o erro do escrivão que deveria ter registrado seu nome como Horácio na certidão de nascimento. Ele veio morar aqui para trabalhar na mineradora ForAço. No começo, muita gente pensou que ele fosse um foragido da polícia, mas era apenas um simples motorista de um caminhão fora-de-estrada que transportava rejeitos de minério de uma mina para serem jogados num bota-fora. Aqui, também, ele ficou conhecido por alguns pela alcunha de forasteiro. Gostava, de todo sábado, tomar uma cervejinha no Bar Forania, próximo de sua casa, para cantar alguns sambas-canção. Sua música preferida era “Chove lá fora”, que fez muito sucesso na voz de Tito Madi. Cantava também uma música da dupla Tião Carreiro e Pardinho chamada A casa, onde a pessoa construía uma casa só com produtos alimentícios e no final, com a crise financeira batendo à porta, o construtor convida a mulher e os filhos para comerem a casa e termina dizendo: “a casa vai ficar por dentro e nós vamos ficar por fora”. Quando chegava a turma do pagode com aqueles instrumentos de percussão, Forácio dizia se sentir muito desconfortável, ou seja: como um peixe fora d’água. Já no domingo pela manhã ele voltava ao bar, mas para jogar conversa fora com os amigos. Lá falavam de tudo: religião, política, futebol, ciências etc. De religião, Forácio dizia ser espírita e repetia sempre uma frase atribuída a Allan Kardec: “fora da caridade não há salvação”. Na política era bolsonarista pois, segundo ele, foi o único presidente que não jogou fora das quatro linhas. Na ciência dizia acreditar em vida fora do planeta terra. Forácio gabava de ter aprendido as quatro operações da matemática com cinco anos de idade e dava risada quando, tirando a prova dos nove numa soma dava noves fora zero. Gabava-se também de ter marcado um gol de fora da área num jogo decisivo no colégio onde estudara. Aliás, ele nunca ficou fora do time pois era um craque da bola, bastante admirado pelos amigos e torcedores. Antes que eu me esqueça, Forácio teve muitas namoradas mas levou o fora de todas elas. Sabe se lá por quê. Ele também deu o fora em muitas delas. Uma das brincadeiras que Forácio gostava de fazer no Bar Forania era quando seu amigo Celso chegava e ele fazia sempre a mesma pergunta: “quantos graus Celso (Celsius) fora a nigth?” (Fahrenheit). E a resposta era sempre a mesma: be fora (before) tudo; bom dia, 33 graus. Outra brincadeira entre eles era quando Forácio perguntava se ele era gaúcho e a resposta também era sempre a mesma – “pulei fora”. Falando um pouco de Celso, ele também nunca ficou fora da turma e nem de campo porque era também um craque. Ficou fora sim, foi da sala de aula quando deu uma declaração “fora do script” para a professora ao chegar fora de hora. Celso andava com roupas fora de moda (fora do usual do dia a dia) e falava muita coisa fora do habitual ou seja: fora do alcance de pessoas menos esclarecidas. Isso ele aprendeu com um amigo que também falava muita coisa fora do contexto; fora das especificações. Falava muito, mas só da boca pra fora. Um outro detalhe, não menos importante, é que durante a pandemia, que quase ficou fora de controle, Celso quase não pôs o nariz para fora de casa. Fora isso, era uma pessoa bacana demais. Fora do normal. Além desses dois, o certo é que tem muita gente dando bola fora; falando e escrevendo coisas fora de hora. Gente como você que está por fora, ou seja: que vive caindo fora quando eu digo que gosto muito de você. Alguma coisa ficou de fora desta minha brincadeira. Agora, olhando de fora e de fora a fora, dá para se notar que muita coisa ficou fora de lugar, fora de foco. Portanto, uma dica: não saia fora da sua zona de conforto para ler as coisas que escrevo. Ao ver que fui eu quem escreveu, saia fora.

 


segunda-feira, 10 de março de 2025

Cadeira sob árvore

 


Cadeira velha sob uma árvore

 

Amigo, por breve momento lhe digo: - não te intrigues:

- Essa cadeira não é a mesma de Lupicínio Rodrigues;

isolada, debaixo da velha árvore de galho queimado,

ela só tem a companhia desse antigo muro danificado.

 Mas agora isso pouco importa, pois a vida nos exorta:

- As crianças que nela trepavam para colherem frutos,

hoje, com certeza, já são homens honestos, maduros,

trabalhando sentados em cômodas poltronas macias,

lembrando-se de tempo passado - quantas alegrias!,

e decidindo sobre a preservação do meio ambiente,

da sustentabilidade - de um futuro melhor para gente.

 


Quem inventou

 


Quem inventou

 

A cachaça se tornou um alcoólatra?

A caneta o que escreveu primeiro com ela?

A dívida era um mau ou bom pagador?

A escola foi aluno ou professor na mesma?

A lamparina era um sujeito iluminado?

A loteria gostava de fazer “uma fezinha”?

A lupa tinha problema de visão?

A palavra “palavra” qual foi a primeira que ele escreveu?

A palavra azar estava num dia de sorte?

A palavra calma era uma pessoa nervosa?

A palavra certeza teve dúvida se seu invento seria útil?

A palavra critério era uma pessoa criteriosa?

A palavra desejo teve o desejo de inventar outras palavras?

A palavra distrair estava concentrado naquela hora?

A palavra errar pensou que estava certo?

A palavra festa comemorou com uma o seu invento?

A palavra inspiração era um sujeito inspirado?

A palavra invenção gostava de inventar?

A palavra lembrança esqueceu o seu invento?

A palavra morte tinha medo de morrer?

A palavra pai tinha filhos?

A palavra perdição estava ‘se achando”?

A palavra simplicidade era uma pessoa complicada?

A palavra solidão estava acompanhado no momento?

A palavra sonho sonhava em ser um inventor?

A palavra tradução sabia vários idiomas?

A palavra tristeza ficou alegre com sua invenção?

A palavra útil achou que ela seria útil?

A televisão assistiria ao BBB?

A vacina foi vacinada?

O abraço ganhou muitos pelo seu invento?

O arame farpado era cercado de amigos?

O atletismo correu para comemorar o seu invento?

O casamento era solteiro?

O diapasão era “bom de ouvido”?

O divórcio era casado?

O futebol era bom de bola?

O sabonete gostava de tomar banho?

O trabalho estava desempregado?

O trocadilho fazia os seus?