segunda-feira, 9 de março de 2009

Estimativa


Estimativa


Eu sei que a verdade é muitas vezes relativa.
Eu sei que a mentira é quase sempre absoluta.
Eu sei que no amor a alma fica mais criativa,
e que a caridade é a melhor forma de conduta.

Sei também que a liberdade deve ser diretiva,
para que a bondade possa atuar mais resoluta;
que a felicidade toma pra si toda iniciativa,
quando o orgulho e a inveja renunciam a luta.

Assim sendo, o meu coração criou uma comitiva,
visando dirimir de vez com a tristeza abrupta,
que só quis fazê-lo duma pobre e velha estiva,

para guardar velhos sonhos e a lembrança viva,
da minha mocidade que, infelizmente foi curta,
não obstante, justa, moderada e contemplativa.

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Hoje eu trago dentro da alma uma prerrogativa:
dispensar, sine qua non, o uso da força bruta.
Amar passou a ser minha forma de vida efetiva.
Já não me atingem mais a ofensa nem a disputa.

Não ressinto mais nenhuma amargura compulsiva,
nem valorizo as falsas vantagens numa permuta.
Para mim o que vale agora é a verdade afetiva;
é o bem comum; é a justiça e a moral impoluta.

Tudo isto compreendido numa simples assertiva:
Deus é a Força Maior que meu espírito faculta;
é o Poder e a Bondade que em meu peito cativa,

todas as belezas de uma vida real e subjetiva,
que nasceram tal como estalactites numa gruta,
caindo em forma de sonhos sobre a razão ativa.

Um comentário:

  1. Ary:

    Você é poeta! Daqueles que sabem manejar as palavras e fazê-las mensagens. De vida!
    Beijo,
    Anitha

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