terça-feira, 16 de junho de 2009

Resposta















Chamaste-me, outro dia, de estúpido e de banal.
Quanta hipocrisia! Quanta falta de sinceridade!
Se trago em minhas palavras um caráter trivial,
é em meus atos que encontrarás a autenticidade.

Teu objetivismo vulgar e abstrato da realidade,
configura, em plenitude, tua inquietação moral;
e se tua falta de modéstia leva-me à dubiedade,
a tua irreverência nada acrescenta no original.

Respeito e comedimento - virtudes que detinhas,
parece-me que sumiram logo depois das estréias;
mandaste toda tua cortesia pra as Cochinchinas
e tua temperança, com certeza, para as Koréias.

Enquanto tu alimentas essas ilusões mesquinhas
com inveja, com vaidade e com falsas panacéias,
teu orgulho vai semeando cravos entre gavinhas
e teu ódio colhendo espinhos entre as azaléias

Julgas serem tuas verdades superiores às minhas,
desvalorizando meus pensamentos e minhas idéias;
é que não consegues captar amor nas entrelinhas
e tampouco possuis a arte de fazer prosopopéias.

Julgar é compelir a razão a uma nova adversidade,
é subtrair da lógica qualquer experiência formal,
é externar com crítica uma ignóbil superioridade
e descrer no absoluto sentido da vida espiritual.

Assim, por meio deste manifesto tácito e pessoal,
sugiro-te pôr o Bem além da tua intelectualidade
e a comportar-te de forma mais tenra e fraternal,
sem dilações, sem rancores e com muita dignidade,

pois só deste modo que encontrarás tranqüilidade,
neste mundão conturbado pela ganância irracional,
pelo excessivo egoísmo e pela falta de humildade,
que nos impedem levar uma vida plena e integral.

Obs.: ninguém nunca me chamou de estúpido ou banal

Um comentário:

  1. É óbvio que ninguém de são consciência poderia lhe chamar de estúpido e de banal, afinal você, Ary, é um perfeito cavalheiro, gentil e de muita inteligência.
    Deixo-lhe aqui um grande abraço,
    Anitha

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