Você não vai acreditar
Acredito
que o ato de acreditar seja sempre subjetivo.
Geralmente,
para se acreditar em algo é preciso que esse algo sensibilize de algum modo os
nossos sentidos (visão, audição, olfato, tato ou amor).
Só
acreditamos que um bolo é macio quando o apalpamos, que uma flor tem perfume quando
a cheiramos, que uma coisa é bela quando a olhamos, que uma música é bonita quando
a ouvimos, que uma fruta é saborosa quando a provamos. Agora, acreditar no amor
é diferente. Envolve um olhar, uma voz, um abraço, um beijo, uma química e
muito mais.
A
“arte” de acreditar é bastante complexa. Estamos quase sempre dispostos a
acreditar mais naquilo que vemos e que sentimos do que naquilo que não vemos e
ou não sentimos.
Por
exemplo: - Há pessoas que não acreditam em Deus - Inteligência Suprema, Causa
Primária de todas as coisas... (sem comentários), mas acreditam em horóscopos.
Outras há que acreditam em discos voadores, mas não acreditam na vida após a
morte do corpo físico; acreditam na sorte, mas não acreditam que o homem foi à
lua.
De
tudo que se pode acreditar ou deixar de acreditar, o mais difícil, hoje em dia,
é o acreditar nas pessoas. Muitas vezes, acreditamos nelas por algum período de
tempo e depois não mais.
Tem
gente que fala uma mentira de forma tão convincente que nos faz acreditar
tratar-se de uma verdade, enquanto outras falam uma verdade de maneira tão
irônica ou infantil que achamos que ela esteja mentindo.
Se existe, hoje em dia, pessoas em quem,
por vezes, podemos acreditar, essas pessoas são as crianças. Dificilmente, elas
falam mentiras.
Uma
classe de pessoas difícil de se acreditar, atualmente, são nossos políticos
brasileiros.
Certo é que, a pessoa em que devemos
acreditar, primeiramente, é em nós mesmos.
Buda dizia: “Não acredite em algo simplesmente porque ouviu. Não
acredite em algo simplesmente porque todos falam a respeito. Não acredite em
algo simplesmente porque está escrito em seus livros religiosos. Não acredite
em algo só porque seus professores e mestres dizem que é verdade. Não acredite
em tradições só porque foram passadas de geração em geração. Mas depois de
muita análise e observação, se você vê que algo concorda com a razão, e que
conduz ao bem e benefício de todos, aceite-o e viva-o.”
Algumas
pessoas costumam nos fazer acreditar que algo seja verdadeiro, repetindo-o
várias vezes. Cuidado com elas.
Podemos
acreditar ou não em coisas ditas e ou acontecidas em tempos remotos. Palavras,
manuscritos, fenômenos naturais, etc. Mas nem sempre essas coisas são
verdadeiras ou aconteceram de fato.
Havia
na televisão, não sei se ainda há, um programa que mostrava fatos que pareciam
impossíveis de terem acontecidos e cujo o nome era “Acredite se quiser”.
É
provável, também, que muitas pessoas, acreditando numa mesma situação, projetem
vibrações nesse sentido, prevendo que ela vá ocorrer. Um exemplo disso: uma
procissão, onde os devotos oram pedindo chuva. Outro é a torcida do Atlético
Mineiro, em jogo da Copa América, gritando: “Eu acredito, eu acredito...”
E
o que dizer de acreditar em milagre? Pessoas que voltam a recuperarem a saúde
depois de serem desenganadas pelos médicos.
Albert
Einstein já dizia: “Há duas formas para viver a vida: Uma é acreditar que não
existe milagre; a outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.”
Acreditar
com convicção é ter fé e acreditar desacreditando é duvidar.
Silvio
Santos, em seu programa dominical, costumava brincar de São Tomé dizendo: - Eu
só acredito vendo!
Triste
mesmo é acreditar em alguma coisa ou na promessa de alguém e essa coisa não
acontecer ou essa pessoa não cumprir o prometido. Resultado: - decepção.
Atualmente,
eu tenho procurado acreditar;
-
que o país vai sair fortalecido dessa crise,
-
que a confiança nas instituições vai prevalecer,
-
que o mosquito da dengue vai ser exterminado,
-
que o América vai permanecer na 1ª divisão do Brasileirão,
-
que eu vou ganhar na mega-sena,
-
que nossa juventude pode e vai fazer melhor – podes crer,
-
que o bem vai vencer o mal, e
-
que dias melhores virão.
Finalmente
numa coisa muito importante que tenho para lhe dizer e que eu acho que você
não vai nem acreditar: é que eu gosto muito, muito mesmo de você.
Abraços.
Ary
Viotti
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