Alegorias sobre a dúvida
Alguma
dúvida?
Duvido que exista alguém que nunca tenha duvidado de outra pessoa!
A dúvida é um atributo de todo ser
racional.
Duvidamos de fatos passados,
presentes e futuros.
Uma duvida é boa quando nos leva a
desvendá-la. Duvidar e não procurar sanar essa dúvida não é legal.
A dúvida está presente em todos os
lugares. Na religião, na filosofia, na história, na geografia, na política, nas
ciências e até nos esportes. Nas ciências, um pouco menos nas exatas, como a
matemática.
As dúvidas não podem ser dimensionadas,
todavia, é comum ouvirmos alguém dizendo que está com uma dúvida atroz ou uma
pequena dúvida.
O tempo de duração de uma dúvida é
variável. Quando duvidamos da grafia de uma palavra, essa dúvida pode durar até
o momento em que a consultamos no dicionário. Já a dúvida daquilo que nos aguarda
para depois da morte, esta só será esclarecida depois mesmo que morrermos.
Há dúvida em tudo. Duvidamos:
- das formas, das cores, dos tamanhos,
das traduções;
- da interpretação de uma lei;
- da natureza, dos animais;
- dos pais, dos filhos, dos irmãos, dos
vizinhos, dos amigos, das amigas;
- das mensagens recebidas via e-mail
e WhatsApp;
- se vamos colher e ou vender o que plantamos;
- se o presente que vamos dar vai
agradar;
- se o remédio que tomamos vai fazer
efeito;
- se o preço da oferta é mesmo para
valer;
- duvidamos das crianças, dos jovens,
dos velhos, dos religiosos e dos políticos (esses cada vez mais);
- duvidamos, também, da nossa
condição física para realizarmos um trabalho, dos nossos conhecimentos e das
nossas opções;
- duvidamos se há seriedade,
honestidade, sinceridade, capacidade, habilidade ou até mesmo a coragem em
outra pessoa;
Geralmente, duvidamos por não
confiarmos em nossos sentidos. Exemplos:
- dúvida auditiva – será que escutei
mesmo o que ela disse?
- duvida visual – será que aquilo que
estou vendo é real?
- dúvida olfativa – será que esse
perfume é mesmo o legítimo?
- dúvida do tato – será que existe
outro mais macio?
- dúvida do paladar – será que tem o
mesmo sabor daquele outro?
- dúvida da razão – será que é
verdade o que acabo de ler?
- dúvida do amor – será que a amo de
verdade ou será que ela me ama?
Tem gente que duvida que o homem foi
à lua;
tem gente que duvida da reencarnação;
tem gente que duvida da existência de
Deus. Esta é uma dúvida cruel.
tem gente que duvida só para provocar
ou contrariar outra pessoa;
tem gente que duvida para ser
solidária com outra pessoa; e
tem gente que duvida até de si mesma.
São Tomé duvidou de Jesus.
Sem sombra de dúvida, estamos a cada
momento duvidando de alguém e ou de alguma coisa.
Eu também tenho cá minhas dúvidas:
- duvido de todos que começam a ler o
que escrevo consigam chegar ao fim e, se conseguem, duvido que gostem do que leram.
– duvido que exista alguém que goste
mais de você que eu!
Por via das dúvidas, quero pedir
desculpas aos que perdem o seu precioso tempo lendo estas minhas brincadeiras. Principalmente
você que, com certeza, deve ter sido tomado de assalto pela dúvida quando
começou a ler isto. Deve ter pensado tratar-se de algo mais interessante. Fazer
o quê? E para que não paire mais dúvidas sobre elas (essas brincadeiras), vou
usar do benefício da dúvida para dizer que não sei se devo parar ou continuar escrevendo-as.
Finalmente, eu gostaria que alguém me explicasse a origem da expressão: “até
Deus duvida”.
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