Algumas vontades
Não estava mesmo lá com
muita vontade, mas para agradar um amigo, às vezes, vale a pena um pouco
esforço; um pouco de força de vontade.
São tantas as vontades que
temos que eu não sabia nem por onde começar.
Decidi começar questionando
onde, quando, como e porque nascem nossas vontades e tentar descobrir onde,
quando, como e por que elas acabam. Descobri que algumas delas nascem em nossas
mentes e outras em nossos corações.
As que nascem em nossas
mentes, quase sempre são materiais. Dizem respeito a TER.
Já as que nascem em nossos
corações são morais e dizem respeito a SER.
Exemplos de vontades materiais:
- adquirir (ter) um carro novo, uma casa maior, um bem móvel ou imóvel, etc. Exemplos
de vontades morais: querer tornar-se uma pessoa mais justa, mais caridosa, mais
humana ou mais amável, etc.
Quanto às da mente, devemos
ter cuidado para não deixar que elas nos façam pessoas invejosas, vaidosas e ou
ambiciosas.
Quanto às do coração, o
cuidado é para que elas não nos tornem pessoas falsas e ou hipócritas.
Quase nunca sabemos quando aparecem
e quando terminam nossas vontades. Penso que a primeira vontade que temos é a
de nos alimentarmos. Depois, vêm as vontades fisiológicas e, por fim as da
percepção de nossos sentidos. Ao vermos um objeto bonito e ou útil, é natural desejarmos
ter outro igual ou semelhante. Muitas vezes. é uma vontade um tanto quanto
boba. Ao ouvirmos uma música que agrada os nossos ouvidos, com certeza, vamos
ter vontade de comprar o disco que a contém para a ouvirmos novamente. Ao
provarmos um alimento cujo sabor agrada o nosso paladar é certo que vamos ter
vontade adquirir outro de mesmo sabor. Das vontades moral, quem não gostaria de
ser uma grande personalidade do mundo esportivo, artístico, político ou
religioso?
Há vontades que duram muito,
como a vontade de viver por longo tempo aqui na terra. Outras que são efêmeras,
como ao comprarmos ou ganharmos um aparelho celular e, com pouco tempo de uso passarmos
a querer (termos vontade de) outro com mais recursos e tecnologia. Quando uma
vontade cessa, outra aparece.
O interessante é que cada um
de nós tem suas vontades próprias que, por vezes, são opostamente distintas das
de outras pessoas.
Enquanto algumas pessoas têm
vontade de escrever, outras têm de ler;
Enquanto algumas pessoas têm
vontade de chorar, outras têm de rir;
Enquanto algumas pessoas têm
vontade de comer, outras têm de beber;
Enquanto algumas pessoas têm
vontade de orar, outras têm de pecar;
Enquanto algumas pessoas têm
vontade de dormir, outras têm de sonhar;
Enquanto algumas pessoas têm
vontade de brincar, outras têm de brigar;
Enquanto algumas pessoas têm
vontade de falar, outras têm de calar;
Enquanto algumas pessoas têm
vontade de trabalhar, outras têm de ficar à toa;
Enquanto algumas pessoas têm
vontade de aparecer, outras têm de sumir;
Enquanto algumas pessoas têm
vontade de construir, outras têm de destruir;
Enquanto algumas pessoas têm
vontade de viajar, outras têm de ficar em casa;
Enquanto algumas pessoas têm
vontade de viver, outras têm de matar ou de morrer,
Enquanto algumas pessoas têm
vontade de ouvir uma música, outras têm de curtir o silêncio; e assim por
diante.
Existem ainda algumas
vontades bastante exóticas, como as de algumas mulheres quando estão grávidas.
São muitas as vontades e
elas variam de intensidade. É comum ouvirmos pessoas dizerem: “estou morrendo
de vontade de...” ou “estou com uma vontade louca de...”.
Eu tenho inúmeras vontades,
como a de ver o Brasil sem corrupção, de descobrir um vegetal que cure uma
doença fatal e a de acertar as seis dezenas da megasena. Mas a minha maior vontade
neste momento é a de ganhar um abraço e um beijo gostoso de uma pessoa de quem
eu gosto muito. Só que, como nem todas as nossas vontades se realizam, como
dizem por aí: - por enquanto eu vou ficando só na vontade.
Talvez, a sua vontade, agora,
seja a de me criticar pelas besteiras dita até aqui. Fique à vontade. Mas se ao
invés disso você quiser elogiar-me: - fique à vontade, também. Aquela minha vontade
de ser escritor já passou. Ela estava no grupo das efêmeras.
Mesmo assim, estou sempre
agradecendo a Deus pelas oportunidades que Ele me concede de escrever essas
brincadeiras. Assim, ou por isso mesmo, eu não canso de orar e de dizer: - Seja feita a Vossa vontade.
Desculpa-me por não ter-lhe
enviado isto antes. Não foi má vontade. Foi apenas uma vontade de caprichar
mais no texto; o que parece não ter acontecido.
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