Definitivamente, não conheço ninguém que nunca tenha
chorado nesta vida. Mesmo porque, a primeira coisa que fazemos ao nascer é
chorar.
Choramos por vários motivos e, às vezes, até mesmo sem
motivos.
Choramos de emoção por uma vitória difícil; vitória essa
que pode ser nossa ou de um amigo, ou de um familiar ou de um time. Não
importa. Choramos, também, de tristeza numa derrota ou num fracasso.
Há vários tipos ou modos de chorar. Tem gente que chora
alto, tem gente que chora baixinho (choraminga) e tem gente que chora lágrimas
de crocodilo, ou seja: fingem que estão chorando; fingem que estão sentindo e
sofrendo.
Tem gente que chora pouco e tem gente que chora muito –
chora as pitangas, chora de fazer bicas ou chora copiosamente.
Não existe dia, hora e ou lugar para se chorar. Chora-se
ouvindo uma música ou assistindo a um filme triste, etc. Muita gente chora
escondido, mas o local onde se vê mais gente chorando é num velório. E por
falar em velório, o que dizer daquelas pessoas que antigamente eram pagas para
chorarem à beira dos caixões? As carpideiras.
O choro mais comum é o choro de dor, que pode inclusive
ser a dor de outrem. Temos ainda, o choro de dó, de compaixão, que é muito
comum quando acontece uma catástrofe.
Não há nada mais triste que ver uma criança chorando de
fome e ou de frio, não obstante, muitas são fingidas e choram por pirraça para
ganharem alguma coisa.
Tem gente que chora de vergonha e tem gente que tem
vergonha de chorar.
O choro pode, também, ser provocado por um fator externo,
como o cortar de uma cebola ou um cisco que penetrou no olho.
O dito popular “quem chora desabafa” teve sua origem na
frase de Sêneca (65 AC): “o choro alivia a alma”. E por voltar no tempo, vale a
pena lembrar o texto bíblico que diz: “Haverá choro e ranger de dente”. Tô
fora!
Você sabia que a árvore de nome salgueiro é conhecida
também pelo nome de chorão?
Não me lembro, aqui, agora, de animais que choram. Apenas
do peixe mandi-chorão que sai das águas emitindo um som. Os pescadores dizem que
ele está chorando por ter sido pescado. Será?
Mas, onde o choro se faz mais presente mesmo é na música.
Tanto que foi criado um estilo de música chamado chorinho, cujos
instrumentistas são denominados chorões. Eu poderia citar centenas de músicas
onde aparece em alguma parte da música o verbo chorar. Mencionarei apenas as
seguintes: Não chores por mim, Argentina;
Porque choras saxofone? de Severino
Rangel, mais conhecido por Ratinho; Choro
chorado, de Paulinho Nogueira; Quero
chorar, de Milton de Oliveira e Max Bulhões; Três lágrimas, de Ary Barroso e Chora viola, de Tião Carreiro e Pardinho.
E é ouvindo certas músicas que muita gente começa a chorar.
Geralmente, de saudades ou de paixão. Fazer o quê? O choro é livre, diz o dito
popular.
Não sei bem por que, mas lembrei-me, também, agora de uma
cachaça chamada “Chora na Rampa”. Esqueça.
Expressões envolvendo o choro são muitas. “Não pode ver
defunto sem chorar”, “Homem não chora”, “Chorando de barriga cheia”, Chorar o
leite derramado, etc. Certo é que tem muita gente que chora à toa, tem muita gente
que chora por qualquer coisa e tem muita gente que chora só porque vê outra
pessoa chorando.
Eu sei que ao acabar de ler este texto, muita gente vai chorar
de raiva, (chorar de soluçar) pelo tempo perdido. Não tem importância, pois eu
sei que outras vão chorar de alegria, como minhas colegas de trabalho, pois elas
sabem que estou me aposentando e não terão mais “coisas” deste tipo para lerem.
Bem, chega e chororô. É melhor rir do que chorar.
Vamos trabalhar que a aposentadoria só no mês que vem.
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